segunda-feira, 1 de abril de 2013

Lembranças

Lembro como se fosse ontem, ou até mesmo hoje, você me olhando e ao mesmo tempo me descobrindo de mil maneiras possíveis. Lembro porque é a única coisa que posso fazer no momento. Lembro, porque foi apenas isso que me restou. Pode parecer que faço drama dos acontecimentos ou situações vividas, e que isso se tornou o meu forte, mas é assim mesmo que sinto e percebo o mundo à minha volta. Sinto mais saudades do que vivo o presente, e isso pode ser o meu ponto fraco, mas também é isso que me caracteriza essa pessoa errante e apaixonada por detalhes, mistérios, palavras e melodias. Algumas coisas não estão dando muito certo, pois não é a minha vontade que deve prevalecer (e isso eu sei, mas não é por saber que deixo de me chatear por não estar acontecendo do meu modo), e então vivo das lembranças que me trazem os gestos, expressões e palavras que me fizeram suspirar e querer ter algo pra chamar de sempre e para sempre. 
B.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Você

Sonhei com você, isso mesmo, com você! Acordei depois de quarenta minutos que deitei, no maior sobressalto. Dá pra acreditar? Que carência louca! E você aí, bem por aí nesse mundão. Sonhando comigo? Não mesmo. Sonhando com tudo menos comigo, afinal quem sou eu? Ninguém, absolutamente ninguém. Agora dormir vai ser difícil. Não pensar em você vai ser difícil.
Boa noite, B.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Sofrer antecipadamente é a minha sina, só pode. Fiz mil pensamentos errados, coloquei pilha errada nos meus próprios pensamentos, e passei uma noite péssima. E no final? Toda a pressa tinha uma justificativa que tava na cara, e eu muito apressada com as atitudes e divagações, deixei passar pensando só nas piores situações. Tá tudo bom demais pra ser verdade, sabe? Nada fora do lugar, só a minha pressa pelo imediatismo que atrapalha de vez em quando, mas tá tudo certo. Terei boas notícias para acabar com o draminha das postagens sem noção. 
B.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Meus pensamentos estão todos bagunçados, nem sei o que escrever, só sei que quero/preciso escrever. Minhas expectativas SEMPRE fazem isso comigo, sempre me fazem ficar decepcionada. Agora me diz quando é que vou aprender? E deixar de esperar muito das pessoas que eu sei que vão acabar me decepcionando? Que loucura, Deus!
Quando penso que as coisas estão dando certo e que agora vai.. o que acontece? Decepções.
Vamos mudar o disco né? Parar de acreditar em bobeiras e deixar para lá, não foi isso que o mesmo disse antes para mim? Deixar pra lá? Justamente isso que vai ser feito. Sei que vai ser a melhor coisa a se fazer, melhor do que ficar pensando e sofrendo à toa!
B.

sábado, 15 de dezembro de 2012

"Você é os brinquedos que brincou, é os nervos a flor da pele, os segredos que guardou. Você é sua praia preferida, aquele amor atordoado que viveu, a conversa séria que teve um dia com seu pai, você é o que você lembra. Você é a saudade que sente da sua mãe, a infância que você recorda, a dor de não ter dado certo, de não ter falado na hora. Você é aquilo que foi amputado no passado, a emoção de um trecho de livro, a cena de rua que lhe arrancou lágrimas, você é o que você chora. Você é o abraço inesperado, a força dada para o amigo que precisa. Você é o pêlo do braço que eriça, a sensibilidade que grita, o carinho que permuta. Você é a palavra dita para ajudar, os gritos destrancados da garganta, os pedaços que juntam. Você é o orgasmo, a gargalhada, o beijo, você é o que você desnuda. Você é a raiva de não ter alcançado, a impotência de não conseguir mudar, você é o desprezo pelo que os outros mentem. Você é aquele que rema, que cansado não desiste, você é a indignação com o lixo jogado do carro, a ardência da revolta. Você é aquilo que reivindica  o que consegue gerar através da sua verdade e da sua luta, você é os direitos que tem, os deveres que se obriga. Você é a estrada por onde corre atrás, serpenteia, atalha, busca, você é o que você pleiteia. Você não é só o que come e o que veste. Você é o que você requer, recruta, rabisca, traga, goza e lê. Você é o que ninguém vê!" 
Martha Medeiros

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

"Pego o telefone e uma maçã. Talvez morder alguma fruta no meio do diálogo dê a impressão de que te ligar é um acontecimento casual, que estou nem aí na verdade, só estou fazendo hora porque a água do meu banho ainda não esquentou, e eu estava sem nada pra fazer de toda forma. “E aí, como vão as coisas?”, ensaio. Abocanho a maçã, mas não digito seus números.
Quando crio coragem, o buraco na fruta exibe a carne ressecando e escurecendo de oxidação. Ligo, chama-chama e não atende. Me sinto enjoado. A secretária eletrônica me encaminha até a caixa postal. Deixo recado: – Juro, dessa vez estive muito perto de te esquecer." 
Gabito Nunes

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

"(...) Meu maior medo é escutar uma música, entender a letra e faltar uma companhia para concordar comigo. Meu maior medo é que a metade do rosto que apanho com a mão seja convencida a partir com a metade do rosto que não alcanço. Meu maior medo é escrever para não pensar."
Carpinejar