terça-feira, 9 de novembro de 2010

Se descobrindo.

E ela se tocou, em um momento reflexivo, desses que tem até música em um lugar escuro, e sabe qual foi a música que tocava? Essa mesmo, a música dela. Podia ser melhor? Impossível. Ela sentiu tudo aquilo que não sentia a muitos dias, talvez semanas, ou até meses. E foi surpreendente, ela se sentiu bem, ela se sentiu em paz. Um calor fazia seu coração arder, e seus pensamentos iam se esclarecendo de pouco em pouco. Ela lembrava de tudo o que lhe fazia ruim, de tudo que trazia desespero, angústia e dor, e foi entregando tudo nas mãos de Deus, foi percebendo que nada é tão ruim quanto parece, que tudo tem solução, mesmo sendo soluções que tragam consequências, ou que faça escolher o que não é a sua vontade. E no final, seu rosto estava coberto de lágrimas. Ela sentiu alívio, por conseguir tirar aquilo de dentro de si, aquilo que tanto lhe fazia mal, que tanto a desesperava. Não conseguia se levantar ao final, mas ela lembrou de toda àquela paz que estava sentindo, de toda a sensação incrível que a fazia suspirar de alegria, e levantou. E dali por diante, sentiu no dever de passar aquela sensação pro mundo inteiro. Sentiu na necessidade de abraçar o mundo! (Conselho de hoje? Curta esse dia lindo e não se arrependa de nada) ;*

Paciência
"Ah! Se vendessem paciência nas farmácias e supermercados. Muita gente iria gastar boa parte do salário nessa mercadoria tão rara hoje em dia. Por muito pouco a madame que parece uma "lady" solta palavrões e berros que lembram as antigas "trabalhadoras do cais". E o bem comportado executivo? O "cavalheiro" se transforma numa "besta selvagem" no trânsito que ele mesmo ajuda a tumultuar.
Os filhos atrapalham, os idosos incomodam, a voz da vizinha é um tormento, o jeito do chefe é demais para sua cabeça, a esposa virou uma chata, o marido uma "mala sem alça". Aquela velha amiga uma "alça sem mala", o emprego uma tortura, a escola uma chatice. O cinema se arrasta, o teatro nem pensar, até o passeio virou novela.
Outro dia, vi um jovem reclamando que o banco dele pela internet estava demorando a dar o saldo, eu me lembrei da fila dos bancos e balancei a cabeça, inconformado.
Vi uma moça abrindo um e-mail com um texto maravilhoso e ela deletou sem sequer ler o título, dizendo que era longo demais. Pobres de nós, meninos e meninas sem paciência, sem tempo para a vida, sem tempo para Deus.
A paciência está em falta no mercado, e pelo jeito, a paciência sintética dos calmantes está cada vez mais em alta. Pergunte para alguém, que você saiba que é "ansioso demais" onde ele quer chegar? Qual é a finalidade de sua vida? Surpreenda-se com a falta de metas, com o vago de sua resposta.
E você? Onde você quer chegar? Está correndo tanto para quê? Por quem? Seu coração vai aguentar? Se você morrer hoje de infarto agudo do miocárdio, o mundo vai parar? A empresa que você trabalha vai acabar? As pessoas que você ama vão parar? Será que você conseguiu ler até aqui?
Respire... Acalme-se...
O mundo está apenas na sua primeira volta e, com certeza, no final do dia vai completar o seu giro, com ou sem a sua paciência."
Arnaldo Jabor


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